Capítulo 10
Listen to your heart
Quando
finalmente cheguei ao balcão do bar, vi que não teria dificuldade nenhuma em
encontrar o Rafael. Ele estava ali, do outro lado do balcão.
-
Jessica – Disse, assim que me viu – Finalmente passas-te por cá para te poder pagar
uma bebida?
-
Sim. Safari se não for pedir demais – Sorri
-
Claro que não – Disse – Não te queres sentar? Vai para onde quiseres que já te
encontro.
Encontrar
um lugar livre para me sentar não foi uma tarefa fácil, mas encontrei mesmo
antes do Rafa aparecer com a minha bebida.
-
Então, o que te trás aqui? Ou vies-te aqui só para te pagar uma bebida? – Disse
o Rafa, a rir-se.
-
Apenas preciso de uma boa conversa.
-
Bem, eu tenho um curso de psicologia abandonado, por isso podes desabafar.
- E
porque achas que tenho algo para desabafar?
-
Porque não páras de tocar no teu dedo anelar, onde provavelmente tinhas um
anel..
- Tu
és bom – Disse surpresa, eu era assim tão fácil de ler?
-
Acredita, não és fácil de ler, mas eu presto muita atenção aos pequenos
detalhes.
-
Bem – Hesitei – o meu noivo andava estranho e distante há meses, então decidi
cancelar o casamento quatro meses antes da data e voltar para Portugal, foi aí
que nos conhecemos – Lembrei-o – E hoje ele disse-me que aquele afastamento foi
causado por uma criança, que ele próprio não conhecia à três meses atrás,
apesar da criança já ter uns quatro anos, ele quer que eu simplesmente aceite a
filha dele com outra como se isso fosse fácil.
-
Essa história toda é mesmo muito interessante – Disse, como se estivesse a
analisar-me – Mas a única pergunta que importa é : o teu amor por ele é grande
o suficiente para tudo isto não ter nenhuma consequência?
- Eu
não sei.. – Disse pensativa.
-
Não és tu que tens de saber, é o teu coração, escuta-o.
Abaixei
o olhar, como se estivesse à procura de alguma resposta.
-
Não vai ser de uma hora para a outra, precisas de tempo e ouvir com atenção,
mas quando escutares, não teras dúvidas.
-
Obrigada Rafa – Sorri.
- De
nada, Jessica, quando precisares.. Bem, eu queria ficar aqui a conversar mas a
estas horas o movimento começa a aumentar, tenho de ir – Ele despediu-se –
Prometes que vais voltar?
-
Claro que volto – Sorri.
No
dia seguinte, chamei a Ana e contei-lhe a ela e aos meus pais tudo o que tinha
acontecido.
- E
o que vais fazer? – Perguntou a minha mãe.
-
Ouvir o meu coração, acho . Quer dizer, parece ser o melhor a se fazer – Disse
insegura.
-
Seja lá qual for a tua decisão, estamos do teu lado – Disse a Ana, que acabou
por me confortar.
- Eu
só preciso de tempo para organizar as minhas ideias – Esperava estar a fazer a
coisa mais acertada para mim.
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