sábado, 9 de junho de 2012

Until The Last Moment



Capítulo 4
You left me.

[ Harry ]

A loira estava estranha há semanas, desde que eu cheguei ela está com uma cara diferente, será que ela sabe que há algo errado? Eu estou super cansado, é como se o mundo estivesse nas minhas costas. Passo o tempo a pensar em como resolver os meus problemas, parece que quando tudo finalmente está certo para mim, algo vem tentar derrubar-me. Nem por um momento a minha cabeça estava livre, por mais que eu tentasse relaxar, só conseguia pensar naquilo. Eu estava decidido a dar um fim naquele assunto de uma vez por todas e simplesmente não consegui. Nós estávamos a jantar e tudo estava tão estranho. Eu queria perguntar o que estava errado, mas não queria acabar a discutir com ela, não agora, tinha acabado de voltar para casa. 
- Harry, não quero casar – Ela disse do nada e foi como levar um soco na barriga. Meus olhos saíram da lasanha e foram directos para os olhos dela. Era algum tipo de brincadeira? – Eu não aguento mais essa coisa estranha entre nós.
- Estás a falar a sério? – eu olhei para os lados, aquilo tinha que ser uma brincadeira. O Mickael Jackson deveria surgir de trás da porta a gritar ‘just beat it’ ou algo assim a qualquer momento – Desde quando há algo estranho entre nós? 
- Nós mudamos tanto, Harry. – ela começou a chorar. Eu raramente via Loira a chorar e isso matava-me. Eu odiava vê-la assim, ainda mais a saber que eu era a causa de tudo isso. – Eu nem sei mais o que nós temos. 
- Loira, eu só estou a recuperar da turnê, sabes que é cansativo. – Eu simplesmente não conseguia contar-lhe, eu sabia que ela iria me odiar para sempre. Eu não queria perder a minha mulher, não mesmo. 
- Tu nunca precisas-te de semanas para recuperares da turnê, nunca precisas-te de semanas para olhar nos meus olhos enquanto conversamos, não tentes negar. 
Eu não tentei, ela estava certa. Eu não dava à minha mulher a atenção que ela merecia. Eu simplesmente não me achava digno de tocá-la, não sem resolver tudo antes. Eu não sabia o que dizer, a ideia de perdê-la por conta de algo tão idiota me doía. Ela levantou-se e eu queria correr atrás dela e falar-lhe para ficar, mas minhas pernas não me obedeciam. Tudo o que eu pensava era: ‘ela não me ama mais e vai deixar-me e eu mereço isso’. Ouvi o barulho do carro, mas parecia tão distante, tão surreal. Como se fosse um sonho. Ou melhor um pesadelo. Levantei-me e corri, a garagem estava vazia. Corri até cá fora e vi o carro virar à esquina, continuei a correr o mais rápido que pude, mas só consegui ver o carro dela a entrar na rua do Louis. Esperava que ela ficasse lá, ao menos saberia que estava segura. 
Voltei para casa com um nó no peito e dificuldade para respirar, peguei no meu black berry, e mandei um SMS para o Louis:

‘Ela está ai, não está?’ 

Caminhava de um lado para o outro, à espera pela resposta. As minhas mãos não ficavam quietas e, consequentemente, o meu cabelo ficava despenteado.

‘Sim, ela vai ficar aqui. 
Dâ tempo ao tempo, tudo vai correr bem. 
Resolves-te aquilo? ‘

Suspirei. Louis estava certo, ele estava sempre certo. Eu tinha que resolver aquilo. Era tarde e eu deveria dormir, mas nada conseguiria relaxar-me. Fiquei na cama, a pensar que talvez eu estivesse a ignorar os sinais. Ou que talvez ela já tivesse descobrido tudo. 
Estávamos a cometer os mesmos erros de tantos outros casais ao nosso redor. Eu lembro-me que tinha-lhe prometido que não haveria segredos entre nós. 
Eu lembro-me de quando fazíamos promessas idiotas e planos para o futuro. Lembrei-me de como ela sempre arranjava uma maneira de ir ver-me durante as turnês, ou eu escapava no dia de folga, nem que fosse só pra passar algumas horas com ela na nossa cama. Ou quando ela tinha algum pesadelo e eu a acalmava a cantar-lhe alguma coisa até ter a certeza de que ela já estava a dormir (ou quando eu transformava músicas do 50 Cent em músicas de embalar até ela gargalhar). 
Talvez nós tenhamos feito alguma coisa errada em algum momento no nosso relacionamento, mas ele ainda era a coisa mais importante que eu tinha. Ela era a coisa mais importante que eu tinha. Uma coisa que o meu pai sempre me disse, era que quando achamos alguma coisa que realmente vale a pena, temos de correr atrás dela se for preciso, não importa aonde isso nos leve. 
Não importa o quanto fosse preciso, eu estava disposto a correr.

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